domingo, 28 de janeiro de 2007

NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO...

Frase que inspira serenidade e tenta reconfortar, recomendando calma àqueles (as) que possam estar tristes, sem fé ou esperança. Também dá apoio aos que se sentem de alguma forma prejudicados e injustiçados. Faz-nos apostar em dias melhores e que possam de preferência suceder imediatamente estes que talvez não estejam fáceis assim...

Não apenas concordo com a frase título deste artigo, como gosto de acreditar nela, já que já vivi, vi e vejo muitas pessoas literalmente se entregarem às circunstâncias tidas como difíceis, não dando espaço para mais nada que não seja angústia e/ou amargura. Nem sempre nos é dado ter controle sobre tudo o que acontece em nossas vidas. Não se pode escolher apenas finais felizes, bons ou adequados conforme costuma ditar a nossa vontade. Isso não é, nem nunca será possível, já que por mais que planejemos ou queiramos, a vida tem seu próprio ritmo e em certos momentos ela nos faz "dançar fora do tom".

Sendo assim, é na verdade salutar, que nada saibamos sobre o amanhã. Já imaginou o que aconteceria se pudéssemos saber de tudo antecipadamente? Por exemplo, uma grande tristeza ou sofrimento pessoal? Ou ainda se soubéssemos uma semana antes que ficaríamos ricos no próximo sorteio da mega-sena? Enfim, nos dois casos, afirmo que nosso comportamento seria tão alterado, que muito provavelmente teríamos mais problemas do que soluções.

Penso que saber antecipadamente o que vai suceder, não seria garantia de felicidade. Arrisco o oposto: talvez esse "dom" traga mais problemas, dor e sofrimentos do que possamos imaginar. Enfim... O véu de mistério que cobre os próximos dias, horas e minutos, acaba por nos proteger, seja das nossas próprias ansiedades, seja da nossa incapacidade de lidar com as situações.

A vida ensina: hoje as coisas podem estar muito bem, e de repente um "vento diferente" faz com que tudo mude. O contrário também é (graças a Deus) igual e equilibradamente verdadeiro: não estamos bem e de repente o cenário muda a nosso favor e coisas muito boas acontecem. Disse e repito: Nada como um dia após o outro. É assim que deve ser.

Por isso mesmo não é interessante permitirmos que nos dominem os extremos de nossas emoções: euforia demasiada nas situações de contentamento ou tristeza profunda nas situações infelizes. Devemos sim, desenvolver a consciência de que se não podemos controlar as situações ou nosso futuro, podemos ao menos tentar manter sob controle as nossas emoções. Não vale a pena destinarmos uma energia imensa a um só momento.

Longe pensar que por isso devamos ser apáticos diante dos problemas. O que afirmo é que ao permitirmos que nossas emoções nos controlem pagamos um preço alto, muitas vezes com um desgaste maior que o necessário.

Alegria ou tristeza, tudo passa como os dias passam. Por isso mesmo não devemos (nem podemos) eternizar o hoje, mas sim, viver intensamente aquilo que nos cabe e está reservado para somente para nós. Após um dia difícil, nada como uma noite de sono reparador para recompor as energias e o entusiasmo de viver. Pense nisso e até a próxima.

Antônio Carlos Rodrigues

domingo, 14 de janeiro de 2007

ESCRAVOS DO SUCESSO...

Quem não quer ter sucesso? Em sã consciência todos responderemos quase que automaticamente de forma positiva a essa pergunta. Claro que queremos! E queremos até demais... Explico: ao longo dos séculos, o significado da palavra sucesso sempre foi transmitido, década a década, geração a geração, de uma forma um tanto deturpada e equivocada até, contendo uma forte carga de "frenética" avidez e ansiedade.

Deturpada porque o sucesso é transmitido como se pudesse ser adquirido em "mágicas porções milagrosas" que tudo resolvem, bastando que para isso mudemos uma série de atitudes e "muito" do nosso modo de vida. Na prática é quase como se tivéssemos que "nascer de novo". Venhamos e convenhamos: se pequenas mudanças já não são fáceis de aplicar, quem dirá querermos imprimir um nível de mudanças quase impossível de cumprir?

Equivocada porque o sucesso é transmitido como o final de um processo. Ou seja: se fizermos isso, se agirmos assim, se tivermos esta ou aquela condição, se conquistarmos esse ou aquele patrimônio, se atingirmos um determinado nível sócio econômico, enfim... Tudo numa frustrante e infinita espiral do "SE", colocando os resultados de nossos intentos, subordinados exclusivamente a resultados positivos.

Ambas situações por si só desestimulantes. Afinal, se a jornada pelo sucesso nos cobra de partida uma série de pré-requisitos, que discriminem a maioria dos candidatos a receber as glórias e os louros do êxito, onde fica o espaço para a ousadia, a criatividade, a persistência, a coragem e a determinação? Por quê não posso acreditar que hoje mesmo sou uma pessoa de sucesso? Por quê o sucesso como é vendido hoje, parece mais um filme de ficção, sempre distante da realidade e da imensa maioria dos mortais?

Quem não se lembra (aliás, quem é consegue esquecer) da forte campanha publicitária do cigarro " HOLLYWOOD O SUCESSO" onde por anos e anos mostrava o exato reflexo do que muitos acreditam ser o sucesso: Carros, lanchas, aventura, emoção e uma vida que não lembra a mínima dificuldade. Hoje, os cigarros já não fazem mais propaganda na TV, mas não importa o produto. Afinal, tudo que o cigarro mostrava você também vê numa propaganda de creme dental.

Dessa forma, vale a pena pararmos para refletir de forma sincera e efetiva sobre o que pensamos e acreditamos ser o sucesso. Você já não estaria escravo do sucesso? Reflita sobre suas prioridades e perceba se sua busca pelo que considera ser sucesso não está também equivocada. Sucesso exterior patrocinado apenas pela posse temporária de patrimônio e status é passageiro e não garante a felicidade de ninguém.

Agora, o sucesso que nos permita agir com ética e combinar a um só tempo: perseverança e serenidade, disciplina e comprometimento, ética e respeito em relação à vida e ao próximo, este sim são elementos, que garanto: qualquer que seja nossa condição financeira ou social, seremos pessoas de muito sucesso e este já não será um objetivo final e sim o próprio caminho. Ter um pouco mais de paciência, só faz bem! Pense nisso e até a próxima.

Antônio Carlos Rodrigues