Você já parou para refletir sobre com quantas pessoas mantém contato em seu dia? Do momento que sai de casa, no trajeto para o trabalho, no exercício de suas funções, na ida para a faculdade ou em seu convívio social... São inúmeras as oportunidades que temos de manter contato com as pessoas. Portanto, é de se supor que são igualmente inúmeras as oportunidades de exercitarmos nossa capacidade de lidar com elas, filtrando nosso próprio comportamento.
Percebe-se (seja entre pessoas, empresas e instituições), uma preocupação crescente com o preparo e a capacidade que todos devem ter para lidar com o outro. Vale lembrar que a compreensão do “outro”, muitas vezes passa pela ampliação da compreensão que devemos ter de nós mesmos... Enfim, muito se fala em treinamento, capacitação, melhoria da qualidade. No entanto, dada a frieza com a qual esta necessidade pode estar sendo tratada, muitos correm o risco de se tornarem profissionais apáticos, ao invés de simpáticos, destinando atendimentos totalmente desprovidos de calor humano ou da mínima expressão de interesse.
Pensei em diversos títulos para o artigo de hoje, mas acabei por ficar com o que primeiro me veio a mente: “Uma Eficiência Irritante“ e explico por que:
Estive numa grande loja (pena não poder citar o nome) e ao falar com uma das moças (de uniforme e crachá) que estava circulando, ela respondeu: “Isso não é comigo, o senhor terá que falar com uma vendedora...” Fiquei pensando no que esta moça estava fazendo ali... Pois bem, na seqüência, ao encontrar a “vendedora”, Perguntei se ela poderia me esclarecer algumas dúvidas e para minha surpresa, com um rosto que mais expressava a emoção de uma parede, ela disse “Pois não...”. O que se seguiu, foi uma sucessão de respostas monossilábicas, carentes de maiores explicações e sem nenhum encantamento.
Curioso é pensar que tudo que perguntei, ela respondeu. Ou seja: ela teve uma “eficiência irritante”. Não se esforçou nenhum pouco pelas minhas dúvidas e pelo contrário em uma de minhas argumentações ela devolveu um comentário que quase beirou o deboche, como se eu estivesse desinformado sobre o que tinha acabado de perguntar (e estava, por isso mesmo perguntei).
Apesar de tudo, tinha sempre a sensação de aquela “vendedora” que estava a me atender, era bastante treinada para falar sobre a empresa ou produtos. Apenas esqueceram de dizer a ela que tudo deve estar associado ao interesse pelo cliente, à gentileza que se possa distribuir e ao sorriso que sempre serão bem vindos em qualquer oportunidade.
Enquanto profissionais, devemos sempre manter em alta o lado humano de qualquer relacionamento, sabendo que ele sempre terá pessoas e não apenas assuntos ou coisas a tratar. Enquanto gestores e/ou empresários, devemos perceber como nossos colaboradores e equipes estão lidando com as pessoas que telefonam ou comparecem à nossa empresa. Estimule o lado pessoal dos membros de sua equipe, ressaltando neles a liberdade de poderem expressar melhor suas emoções, para não se tornarem excessivamente robóticos no atendimento.
Por fim, humanize o mais que puder o ambiente de trabalho, criando a interação e estimulando a cooperação entre todos que ali trabalham ou que por ali circulam. Pois, no início ou no final, para as coisas acontecerem, o que conta, será sempre as pessoas. Pense nisso e até a próxima!
Antônio Carlos Rodrigues