sábado, 29 de setembro de 2001

COMO ANDA SEU PODER DE SEDUÇÃO?

Nunca, como nos dias de hoje, foi tão importante estimularmos e exercitarmos o nosso poder de sedução. Palavra encantadora que independente do Dia dos Namorados, logo nos faz pensar em cenas românticas, dignas de grandes conquistas amorosas. Embora o objetivo implícito seja o de conquistar pessoas, na verdade é justo pensar que seduzir alguém é antes de tudo conquistar sua atenção e admiração. Para algumas pessoas pode parecer fácil. Já para outras, não é tão simples assim. Falta habilidade ou mesmo disposição e cuidado no trato com as pessoas. No entanto, uma coisa é certa: nosso comportamento no momento da apresentação e principalmente da abordagem, qualquer que seja o tamanho da conquista, determina nosso sucesso ou fracasso.

Todos nós sem exceção, somos sedutores/vendedores de plantão e devemos nos comportar como tal. Sempre estamos a vender muito mais que apenas a nossa imagem, na verdade, convencemos (seduzimos) “pelo conjunto da obra”, pelo trinômio: imagem, pensamentos e atitudes. Que devem ser coerentes. Algo como aliar o discurso a pratica. Quanto melhor for a qualidade da nossa abordagem, maior será nosso poder de persuasão. Como exemplo simples está a diferença entre chefes e líderes: Os chefes, normalmente impõem o respeito e administram pelo medo. Já os líderes conquistam o respeito e admiração dos colaboradores, conseguindo dessa forma extrair o melhor de cada um deles. O que é isso senão o pleno exercício da sedução e da persuasão?

A vida moderna com toda a sua pressa e agitação nos fizeram ficar sensíveis apenas a mensagens que de fato nos interessem. Ficamos cada vez mais sem tempo para abordagens fracas e sem conteúdo. É só lembrar do rapaz em um barzinho que chega até a garota e pergunta meio sem jeito: “Você vem sempre aqui?” Esta Abordagem, dificilmente terá êxito, mesmo que a curiosidade seja sincera.

Durante 24 horas do dia, somos bombardeados por mensagens que procuram nos seduzir, nos conquistar. Pense no quanto o nível da publicidade veiculada na mídia melhorou nos últimos anos. Por quê? Porque nós só damos atenção aquilo que nos encantar, enfim nos convencer de que vale a pena. A atenção (audiência) e o tempo da pessoa (ou grupo de pessoas) que se pretende conquistar (seduzir) são preciosos e devem ser tratados como tal.

Por vezes os departamentos de marketing das empresas gastam horas em reuniões com sua agência de publicidade discutindo estratégias de comunicação, em busca da apresentação e abordagem que julgam mais adequadas. Lançada a campanha e após algum tempo constatado o fracasso nos resultados, gasta-se mais um tempão para se chegar à conclusão de que o erro foi o mais básico de todos: as decisões foram tomadas sem considerar o ponto de vista daquele que é o mais importante: o cliente.

Pesquisas de mercado e perfil do consumidor (imprescindíveis), podem até ditar diretrizes, mas não são capazes de produzir ou revelar o melhor discurso. Os dados não dão o toque mágico necessário ao apaixonante exercício da sedução. Devemos desenvolver a percepção de que não basta dizer o que queremos dizer. É fundamental procurarmos saber e entender o que as pessoas esperam de nós ou de nossas empresas. O importante é o que elas querem ouvir e não apenas o que temos a dizer. Devemos procurar focar o discurso no benefício e não em nós mesmos ou em nosso produto/serviço.

Com um pouco mais de atenção, conseguiremos “enxergar” as necessidades e expectativas que motivam as pessoas a determinados comportamentos. Ninguém ou nenhuma empresa pode querer conquistar alguém sem antes procurar refletir e entender seu ponto de vista.

Nestes dias, onde o romance está “no ar”, se você ou sua empresa quiserem conquistar alguém, talvez seja interessante que todos assistam antes ao filme Don Juan de Marco. E se você já assistiu, então não custa nada ver o filme de novo mas com outros olhos.... os olhos do Don Juan...

Antônio Carlos Rodrigues