domingo, 10 de julho de 2005

POR QUE JULGAMOS TANTO?

É Sempre mais fácil e aparentemente confortável, criticar aos outros, mas nunca a si próprio.

Certo dia, fiquei me perguntado por que temos tanta facilidade em julgar e não temos a mesma sensibilidade em enxergar nossos próprios erros? Dediquei bom tempo nesta intrigante inquietação e claro não cheguei a nenhuma conclusão brilhante, mas gostei da de refletir sobre alguns fatores que nos fazem ter esta tendência:
Temos uma questão física de nos portarmos como expectadores e observadores daquilo que assistimos a nossa volta.

Devido ao primeiro ponto, voltamos nossos olhares e percepções demasiadamente para fora, para o exterior, mas, não conseguimos olhar e observar dentro de nós e/ou para aquilo que se passa em nosso interior.
Em função dos dois pontos anteriores, é, portanto, sempre mais fácil e aparentemente confortável, criticar aos outros, mas nunca a si próprio. Com estes três pontos como base de reflexão, fica mais “simples” enxergar um pouco do que acontece nos momentos em que quase involuntariamente disparamos comentários (ou pensamentos) às pessoas, às suas ações e ao seu conjunto de comportamentos e atitudes.

A todo o momento, acontecem situações que tendem a nos colocar em posição de juizes, de jurados ou de promotores (os advogados de acusação), mas, se nos percebemos na situação de réus, rapidamente nos sentimos “injustiçados” ou ao menos nada preparados para estar naquela condição e situação.

Quer um exemplo banal?... Conheci uma pessoa que era extremamente tensa ao volante. Quando dirigia tinha o costume de ficar nervosa com todos e por qualquer situação. Qualquer mínima demora das pessoas a sua frente “ERA UM ABSURDO!” sempre seguido de um businaço repressor. Já, qualquer buzina disparada em sua direção, em função de alguma demora ou barberagem sua, era uma injustiça e as outras pessoas é que “nunca sabiam dirigir”...

Como disse um quadro banal e corriqueiro, mas para mim, um grave sintoma e aviso de que muitos de nós parecemos permanecer 24 horas “ao volante”, observando o que os outros fazem, mas sem se dar conta de que também cometemos muitos erros, às vezes até mais graves do que os outros. Quem tem capacidade de julgar com facilidade, deveria ter a facilidade e a dimensão da compreensão de que a análise que fazemos, muitas vezes também serve para nós, pois nos encontramos na mesma condição humana do acerto e do erro, que igualmente fazem parte do mesmo ciclo: errar, aprender, corrigir e crescer, compreender, perdoar, aceitar e evoluir...

Enquanto escrevi este texto, assisti a um esplêndido nascer do sol. Amanheceu e é certamente um novo dia, diferente de ontem, mas para muitas pessoas será apenas mais um dia igualzinho aos outros. Que pena!... Pense nisso e até a próxima!

Antônio Carlos Rodrigues